Visual Merchandising: como funciona, boas práticas (e muito mais)

Quer destacar sua marca ou loja, atrair e despertar o interesse dos seus consumidores? Veja aqui tudo que você precisa saber sobre o Visual Merchandising: sua importância, layoutização do espaço comercial, boas práticas e muito, muito mais!

Diga-nos uma coisa:

Você se preocupa com a questão visual da sua loja e gostaria de saber como melhorar os resultados dela?

Pois é, existem várias pessoas como você que também querem melhorar a apresentação da própria loja e melhorar seus resultados.

Por isso acreditamos que ficará feliz com o nosso artigo.

Porquê?

Nele vamos não só falar sobre como o Visual Merchandising é essencial para um negócio físico, como também vamos detalhar estratégias, boas práticas e conhecimentos essenciais para te ajudar a construir um espaço comercial vendedor.

Está pronto?

Então vamos nessa.

Loja de materiais para casa com utilização de técnicas de merchandising

Parte 1:
O que é Visual Merchandising?

Em nossa visão é uma ferramenta básica que usa fundamentos do design, arquitetura e marketing para, independentemente do seu tamanho, aumentar o tráfego no estabelecimento comercial, gerar uma experiência de compra eficiente e aumentar o volume de vendas.

Segundo o SEBRAE, Visual Merchandising é uma ferramenta estratégica para trabalhar o ambiente do ponto de venda e atrair mais clientes.

Se tratando de uma vertente do merchandising que abusa de caraterísticas visuais, ela faz uso constante de comunicação visual com cores, luzes, músicas e odores que estimulam uma resposta emocional no comportamento do consumidor.

O porquê disso?

Simples.

O perfil do consumidor e seu comportamento é algo que está em constante mudança.

Nos últimos anos, por exemplo, houve uma curva crescente no volume de informações que as pessoas recebem.

Principalmente depois que a internet passou a integrar os meios de comunicação, essa curva crescente fez com que os consumidores passassem a ser massivamente bombardeados com informações todos os dias.

Isso intensificou a abordagem psicológica social de consumo que atualmente conclui que o homem busca nos produtos algo além da sua propriedade natural.

Em outras palavras, comprar preenche um vazio natural que sentimos.

Essa “nova” relação entre o homem e os bens de consumo fez com que os produtos deixassem de ser comprados por necessidade.

O foco na necessidade é algo totalmente a par da realidade de consumo (inclusive de informação) da sociedade hoje.

O desejo sim.

Na verdade, necessidade e desejo já vinham sendo confundidos antes da internet, mas na cultura de consumo atual elas se tornaram uma coisa só.

Neste cenário, os consumidores buscam algo além de apenas produtos, eles buscam valores e significados.

E um dos significados adotados pelas grandes empresas é o de pertencimento a um grupo específico.

Outras buscam apoio também em valores intensos como o de felicidade, algo amplamente explorado nas estratégias de comunicação da Coca-Cola, por exemplo.

Propaganda da Coca-Cola em 2015

Subliminarmente as propagandas da Coca-Cola estão dizendo ao consumidor: “Abra uma Coca e venha fazer parte do grupo dos que são felizes!”

Com isso, os estabelecimentos comerciais precisam ser atraentes e envolventes para proporcionar experiências positivas sutis que tocam as percepções e sentimentos dos seus consumidores.

Sem essa adaptação ao atual perfil dos consumidores fica difícil impactá-los e gerar um estímulo que agregue valor e o transforme em um comprador efetivo.

Neste contexto, o Visual Merchandising é a estratégia perfeita que une arquitetura, design e marketing para proporcionar uma melhor comunicação no espaço comercial.

Parte 2: 
A história do seu surgimento

O Visual Merchandising teve início no momento em que o avanço da tecnologia permitiu o mercado implementar as faixadas de vidro, ou vitrines.

As disponibilidades de maior espaço com a frente de vidro criaram oportunidades para trabalhar a disposição e exposição dos produtos para atrair clientes que passavam na rua.

Entrada de loja francesa no início dos anos 60

Isso acabou deixando mais claro para os comerciantes a oportunidade que eles tinham de trabalhar o design de suas vitrines com cenários, iluminações, cores e demais decorações.

Além de expor os produtos, esse uso praticamente artístico das vitrines era um ótimo espaço para também fortalecer os conceitos das marcas.

Portanto, o fenômeno do vitrinismo deu início ao marketing aplicado ao espaço comercial, principalmente nas lojas de departamento.

Porém, a visão dos lojistas expandiu as aplicações do Visual Merchandising.

Percebendo o resultado das vitrines em seus negócios, os comerciantes passaram a entender como era interessante estender a aplicação da estratégia para dentro de suas lojas, oferecendo aos consumidores a mesma experiência no interior dos estabelecimentos comerciais.

Veremos com mais detalhes isso nos próximos capítulos.

Mas se você quer colocar em prática técnicas de Visual Merchandising, precisa primeiro seguir as orientações da Parte 3.

Parte 3: 

Otimize suas chances traçando o perfil do shopper (faça isso antes de qualquer coisa)

Como dito em nossa definição de Visual Merchandising, a transformação do perfil do consumidor é um importante aspecto que incentiva as lojas a melhorarem seus espaços e qualidade de experiência de consumo.

Por isso, e antes de qualquer ação, é necessário entender o perfil da pessoa que consome em seu estabelecimento.

  • Quem é o público-alvo?
  • Ele é o comprador e o consumidor final ou somente o comprador?
  • Quais os seus hábitos dentro da loja?
  • Qual a sua percepção da marca?
  • Qual é o ideal da marca?

Para responder essas questões você precisará considerar outras questões que são complementares, mas igualmente importantes:

  • Qual o intervalo de idade aproximado do público comprador?
  • Sua profissão?
  • Seu orçamento médio?
  • Interesses e vida social?
  • Estilo de vida?
  • Estado civil?
  • Marcas de desejo?
  • Marcas de consumo?
  • Ações mais comuns dentro da loja?

Essa pesquisa não é fácil e na maioria dos casos recomenda-se uma empresa especializada em pesquisa para te ajudar a descobrir essas questões.

Mas dependendo do segmento, você consegue perceber alguns padrões sem precisar deste investimento.

De qualquer forma, considere a possibilidade de aprofundar no assunto e descobrir um perfil mais assertivo.

Isso faz toda a diferença na hora de criar a comunicação com o público.

Parte 4: 

A Atmosfera Retail: o princípio fundamental para um Visual Merchandising incrível

90% das informações que recebemos são percebidas pelos olhos. A Atmosfera Retail é uma ferramenta que usufrui deste fato.

Ela une arquitetura retail, marketing e design que, se usada de forma eficiente, cria um ambiente comercial que convida os consumidores a entrar, ficar e comprar.

gráfico de informações visuais

Normalmente é criada com a finalidade de potencializar o ambiente de compra e construir uma forte experiência de marca.

Para isso, todo o trabalho é feito usando elementos que influenciam os cinco sentidos (visão, tato, odor, audição e paladar).

Muitas decorações, ou layoutizações, acabam por influenciar inclusive a percepção de tempo do consumidor, onde ele se sente tão envolvido que o tempo perde valor.

Mas para que tudo isso faça sentido no contexto de um negócio, é necessário entender quem é seu comprador (o perfil do shopper da parte anterior).

Parte 5: 

Layoutização do espaço comercial: dominando a Atmosfera Retail

Vamos ver aqui um passo a passo com diferentes abordagens de como deve ser a construção de um espaço comercial vendedor.

É importante ressaltar que cada pessoa reage de forma diferente.

Mas independentemente da reação dos consumidores, existem alguns esquemas de percursos padronizados.

Entrada e Zona de Transição

Logo na entrada, o principal ponto (que não é comum em todos as lojas) é a vitrine.

Elas existem para duas finalidades:

  • Construção de marca
  • Atração para venda direta

Normalmente as vitrines são encontradas em três tipos de disposições:

  • Fechada: onde não se consegue ver o interior da loja;
  • Semi-aberta: onde há uma infraestrutura que cobre parcialmente o interior da loja;
  • Aberta: Vitrine sem fundo, com interior da loja todo visível.

Além disso, as vitrines ainda podem ser projetadas em três tipos de níveis:

  • Elevado
  • Altura dos olhos
  • Abaixo dos olhos

Imediatamente após a entrada, existe uma zona onde os clientes estão recebendo estímulos complementares à vitrine e precisam de tempo para se adaptar à mudança de ambiente.

Essa é a zona de transição.

Ela é a única parte de todo o espaço comercial onde todos os clientes são obrigados a passar e, por isso, é o melhor espaço para usar artifícios que causem uma fantástica primeira impressão.

Porém, por ser uma área de transição onde os consumidores estão se adaptando ao novo ambiente, nem toda informação conseguirá ser processada.

Por isso, menos é mais.

Foque em poucas comunicações. Isso evita dissipar a atenção do consumidor, o que o faria esquecer o que viu poucos minutos depois.

Entrada de loja Hering em shopping
Entrada de supermercado

Dentro do espaço comercial

Cada consumidor também é único e por isso eles podem fazer diferentes percursos dentro de uma loja.

Ainda sim, curiosamente, existe um padrão de percurso anti-horário.

mapa de loja ilustrando caminho dos clientes na região interna

De qualquer maneira, o layout do espaço comercial pode ter variáveis que ajudam ou atrapalham a experiência do consumidor.

E uma delas é como o percurso guia o consumidor dentro do espaço comercial.

Este percurso pode ser mais ou menos claro. No entanto, deve ser bem visível e comunicar às pessoas que aquele é o melhor percurso para mover-se dentro da loja.

Mesmo que inconscientemente!

Pode ser usado, por exemplo, uma cor específica no piso para estabelecer o caminho, jogos de luz para servirem como guia, ou também, usando estruturas físicas.

Vamos ver algumas aplicações.

Parte 6: 

Crie um percurso super agradável escolhendo os tipos de layouts comerciais da sua loja

Os layouts podem ser combinados entre eles para criarem espaços totalmente personalizados e funcionais, potencializando a experiência do consumidor de forma a elevar o nível de prazer quando frequentar um ambiente comercial.

De qualquer forma, o percurso deve ser construído de maneira que os clientes se sintam livres para explorar o restante do espaço.

Percurso Forçado

Neste layout, por exemplo, pré-determina-se um percurso, obrigando as pessoas a fazerem contato com os produtos.

Exemplo de loja que utiliza percurso forçado em seus corredores

Isso aumenta a exposição dos produtos, mas pode irritar o consumidor.

Uma alternativa é aplicar atalhos durante o percurso forçado.

Exemplo de espaço comercial com percurso forçado com vãos entre o percurso simulando atalhos

Grelha

Neste layout os corredores são organizados em um formato retangular com padrão repetitivo.

É comumente usado em supermercados e atacados.

Aumenta a velocidade do processo de compra e simplifica o controle dos produtos expostos.

Porém, é esteticamente limitado e pode comprometer a orientação dos consumidores.

Exemplo de espaço com percurso em grelha

Forma Livre

Os corredores e prateleiras são posicionados assimetricamente.

Isso faz com que os consumidores se sintam mais livres para explorar as várias categorias de produtos ao mesmo tempo e transmite menos ansiedade, aumentando o tempo de permanência do consumidor e consequentemente suas compras não planejadas.

Exemplo de loja que utiliza o formato de percurso livre

Os layouts de forma livre mais comum são:

Boutique: os produtos são expostos em áreas semi separadas.

Corredores naturais: os produtos são posicionados em grupos formando naturalmente corredores sem usar qualquer marcação no solo do ambiente.

Minimalista: semelhante a uma galeria, porém com exposição de produtos, normalmente exclusivos, em pequenas quantidades.

loja ampla, aberta e arejada com produtos distantes um dos outros e vitrines modernas

Se por um acaso os consumidores não estiverem completando todo o percurso de forma natural, a empresa deve otimizar seus pontos focais.

Os pontos focais são grupos específicos de produtos ou comunicação que ficam posicionados ao longo do trajeto dentro da loja e servem para atrair a atenção de uma região a outra do espaço, guiando o consumidor à finalização do percurso.

Exemplo de posicionamento de pontos focais em corredores de lojas

Parte 7: 

Aumente a qualidade da experiência respeitando as boas práticas de layoutização

Muitos estabelecimentos comerciais não estão adequados para um melhor acesso e experiência do consumidor.

Primeiramente, toda loja deve ser desenhada respeitando os princípios universais do design, recomendados pela NCSU (Center for Universal Design of North Carolina University).

Se tratando da Atmosfera Retail falada anteriormente, os mais importantes são:

  • Aproveitamento igual dos espaços para pessoas com diferentes níveis de habilidade
  • Desenho e exposição de elementos e estruturas que permitem uma aproximação, alcance, manipulação (em alguns casos também o uso) apropriado independentemente do tamanho corporal e mobilidade.

Este tipo de design deve ser capaz de:

  • Fornecer linhas claras de visão para elementos importantes para qualquer pessoa que for utilizar, em pé ou sentada.
  • Permitir alcançar confortavelmente todos os elementos para qualquer utilizador, em pé ou sentado.
  • Ter espaço suficiente para uso de elementos de assistência pessoal ou não.

Parte 8: 

Cative os clientes com
materiais promocionais 

Além da utilização do espaço para compor a estratégia de Visual Merchandising, toda loja ou marca deve fazer uso de material promocional para enfatizar seus produtos.

Eles são muito usados em campanhas e datas específicas e podem ser trabalhados em conjunto com as outras ações de trade marketing, como ações de degustação, demonstração, troca de brindes, etc.

E os consumidores amam essas ações!

O objetivo principal é criar um destaque para um produto ou marca dentro do espaço comercial e elevar o volume de vendas.

Os materiais promocionais são eficientes pois tangibilizam as experiências dos consumidores e isso acaba por elevar o valor do momento.

Podem ser usados banners, faixas, wobblers, adesivos, caixas e embalagens personalizadas, cartazes, totens ou displays, móbiles, flyers, posters, sacolas personalizadas, entre vários outros materiais.

Veja alguns exemplos:

Stand do protetor solar Sondown em supermercado
painel com anúncios de diferentes marcas de higiene bucal
Navio feito com chocolates Lacta em loja
adesivo promocional da VISA em sua campanha da Copa do Mundo de 2014
Exemplo de adesivo promocional para prateleiras de supermercados
Exemplar de adesivo de promoção de sanduíches do Mc Donald's

Parte 9: 

O detalhe que faz (muita) diferença: o posicionamento ideal de cada tipo produto

Outro fator de extrema importância é onde colocar os produtos.

Um estabelecimento comercial normalmente vende uma grande variedade de itens e precisa posicioná-los em todo o espaço.

Porém, existem algumas posições mais privilegiadas e outras menos, na grande maioria das vezes também chamada de níveis.

Nível do alongamento

Está é uma das posições mais desvalorizadas. Normalmente a melhor posição para produtos muito leves.

Nível dos olhos

Considerada a melhor posição, assegurando 35% mais atenção ao grupo de itens localizado neste nível. A posição ideal para produtos de alta margem de lucro.

Nível de toque

É uma posição que fica aproximadamente na altura da cintura. Também considerada uma posição de alto valor, porém menor que o nível dos olhos.

Nível de agachamento

Um ponto importante para manter o nível experiência do consumidor elevado, é facilitar o acesso aos produtos e mantê-los dentro do campo visual das pessoas.

Mas em muitos segmentos de mercado, muitas vezes os consumidores são obrigados a abaixar para ter acesso aos produtos.

Use o nível de agachamento apenas para produtos de baixo lucro ou pesados.

Exemplificação de posicionamento dos produtos em prateleiras e seus diferentes níveis

Conclusão

Vimos como o Visual Merchandising é muito abrangente, como ele começou e algumas técnicas bem legais para tornar um ambiente comercial mais eficiente quando se trata de vendas.

Sinta-se à vontade para aplicar todos os passos do nosso artigo.

Há muito a ser feito!

Temos certeza que você irá perceber a diferença ao aplicar estratégias de Visual Merchandising.

Então, se você gostou do artigo ou ele lhe foi útil de alguma forma, compartilhe nas redes sociais!

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